Pode parecer estranho para os que vivem em centros urbanos, mas o uso da canoa como meio de transporte é algo que faz parte da rotina dos moradores da cidade de Paraty e seus arredores. "A canoa para os caiçaras é como o metrô para os trabalhadores dos grandes centros", compara Almir Tã, pescador e artista plástico, que destaca que a canoa caiçara é um bem cultural imaterial brasileiro.
O termo caiçara, de origem tupi-guarani, era usado para denominar as
estacas feitas de galhos de árvores que os índios fincavam na água para cercar
os peixes. Com o tempo, a palavra passou a designar as comunidades do litoral
dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná. Apesar de sua grande
extensão, há elementos culturais e sociais comuns em todo o território caiçara.
"Além de ser essencial para o transporte, sobretudo para quem mora
em uma ilha, ela é o elemento de conexão mais perfeito entre o pescador e a
pesca", diz Almir.
Mestre Vitor, de Trindade, é um dos que preservam esses saberes e fazeres em Trindade: "Tenho muito carinho pelas canoas. Os amigos brincam comigo dizendo que qualquer dia desses eu vou levar a canoa para dormir na cama e a mulher para dormir na praia", ri o pescador, que diz que aprendeu a fazer canoa sozinho.
Mestre Vitor, de Trindade, é um dos que preservam esses saberes e fazeres em Trindade: "Tenho muito carinho pelas canoas. Os amigos brincam comigo dizendo que qualquer dia desses eu vou levar a canoa para dormir na cama e a mulher para dormir na praia", ri o pescador, que diz que aprendeu a fazer canoa sozinho.