terça-feira, 3 de agosto de 2021

Cine São Jorge, atual Cinema da Praça "Zé kleber"

Cinema São Jorge atual Cinema da Praça "Zé Kleber"
Lembranças que, apesar de só minhas, também trazem lembranças a tantos outros  paratienses do Cine São Jorge, hoje, cinema da Praça “Zé Kleber”, que funcionou de 1930 a 1973.

Minha melhor lembrança do cinema foi à fase em que o proprietário era o Sr. Pedro Stanisce, “Cinema do seu Pedro” como era conhecido, assim, como meus pais, meus tios, meus avós, lembro-me do cinema, com poltronas de madeira, que os moleques maldosamente, colocavam chicletes nos assentos, que quando os menos desavisados sentasse, ficava com fundilho da calça grudado, muitas vezes novinha, só usada em ocasiões especiais.

Assim, como os personagens dos filmes, o cinema resistia bravamente, “lutando” contra as modernidades que estavam invadindo nossa cidade. Mas, da mesma forma que alguns personagens dos filmes, o seu fim foi inevitável, parou suas projeções em 1973.

Do cinema, só ficaram as lembranças de uma infância que também não existe mais. As tardes de sábado e domingo, a espera dos rolos dos filmes que vinham de Guaratinguetá de ônibus, “que muitas vezes atrasava”, do cheirinho de pipoca, embora eu sempre preferisse os amendoins torrados e pinhões, vendidos pelos “Irmãos Monsuetos”, Jonão, Joninha, Josias, Jair, de igual modo, lembranças do Sr. Valdomiro, conhecido como “charuto” que além de excelente tocador de Tuba na Banda Santa Cecília, era ele, que passava os filmes, mas quando acontecia de um deles queimar, era preciso, aguardar a colagem das partes, e nesse momento a turma gritava o nome do “Charuto”. Acontecia também do filme começar pelo final, e lá ia a turma gritando o nome do Charuto, que algumas vezes não tinha culpa.

Antes de começar o filme, passava a vinheta da Condor filmes, que provocava uma histeria entre os jovens e alguns adultos, que em coro, no escurinho do cinema, a fazer: “xô, xô, xô”, como se estivesse espantando o Condor, confundido com “urubu” preparava para levantar voo, até ele voar e escrever “Condor Filmes Apresenta” coisas de geração de ouro. Sugiro que assistam ao filme Cine Paradiso, com certeza, vão se identificar com aquela época.

A Condor Filmes foi à vinheta de distribuidora brasileira que mais sucesso fez na história de nossa telona, ao lado do leão norte-americano da MGM.