sábado, 12 de fevereiro de 2011

Cronologia Histórica de Paraty

Século XVI
1531 – O litoral de Paraty já é conhecido de portugueses como Martim Afonso de Souza, que vem ao Brasil para tomar posse da Capitania de São Vicente – que corresponderia à faixa que vai de cabo Frio a Cananéia. Outra hipótese para sua vinda seria aa busca pelo caminho místico que levaria às minas de prata do Peru. Nos relatos desta época, porém, não há menção a portugueses morando na região. O provável descobrimento da cidade foi em 16 de agosto desse ano, dia de São Roque.
1596 – Atacados pelos índios Tamoios, os Goianás, antigos habitantes de Paraty, pedem ajuda aos portugueses. Em viagem à região, o corsário inglês Anthony Knivet, membro da expedição de Thomas Cavendish, relata o comércio com os índios. Surge daí o povoado. Mas o motivo de sua fundação é o caminho para São Paulo, por Taubaté e Pindamonhangaba, cortando a Serra do Facão.
1597 – Martim Correa de Sá, filho do Governador Salvador de Sá, aproveitou, como melhor até então conhecido, o roteiro misto, marítimo-terrestre, via Paraty para alcançar as “Minas Novas” ou “Minas Gerais”. Embarcando no Rio de Janeiro chegou, por mar, à Paraty acompanhado de 700 portugueses e 2.000 índios, penetrando em São Paulo, rumo a Pindamonhagaba, onde atingiu a vale do rio Paraíba, cujo curso seguiu até chegar à foz do rio Paraibuna, de onde se internou nas terras das “Minas Gerais”.
Século XVII
1600 – O núcleo paratiano começa a aparecer no cenário histórico brasileiro.
1606 – Chega a Paraty o Capitão-Mor João Pimenta de Carvalho, que concede sesmarias a paulistas e angrenses, razão pela qual o núcleo fica sujeita à jurisdição da Vila de Angra dos Reis.
1636 – Dona Maria Jácome de Mello doa parte de sua sesmaria, entre os rios Perequê-Açú e Patitiba, para que se estabeleça a futura Vila de Paraty exigindo o respeito aos índios que ali viviam e a construção de uma capela dedicada a Nossa Senhora do Rosário. O povoado, então, é transferido de seu ponto original, no alto do morro, onde já existia uma capela em honra a São Roque, o primeiro padroeiro.
1640 – O povoado é transferido do Morro da Vila Velha (hoje Morro do Forte) para o local atual (centro histórico).
1644 – Com o porto já bastante movimentado, o povoado faz sua primeira revolta, expulsa as autoridades da Ilha Grande (Angra dos Reis), município a qual Paraty estava subordinado como distrito, levanta um pelourinho e se auto-intitula vila. Angra, porém, reclama seu povoado e o toma de volta.
1660 – Uma nova revolta, nos mesmos moldes da anterior, leva a uma disputa que duraria sete anos. Na ocasião, o governador do Rio de janeiro, Salvador Correia de Sá e Benevides, manda abrir uma estrada sobre a antiga trilha Goianás, que levava ao Vale do Paraíba.
1667 – Em 28 de fevereiro a Carta Régia de dom Afonso VI eleva o povoado à condição de Vila: surge a Villa de Nossa Senhora dos Remédios de Paratii.
1690 – Paulistas descobrem ouro em Ouro Preto. É o início de um progresso estupendo na Vila. O porto de Paraty, com uma baía rasa. Era abrigo seguro contra ataques e o ouro era escoado em barcos até Sepetiba. O povoado é urbanizado e as casas de sapê são substituídas por outras, de alvenaria. Os engenhos se proliferam e as tropas sobem a Serra do mar incessantemente.
1693 – Com a descoberta do ouro em Minas, as trilha dos Guaianá se torna o Caminho do ouro do Rio de janeiro para as Minas Novas dos Cataguás e do Rio das Velhas. É o início do Ciclo do Ouro na Colônia.

Século XVIII

1700 – O nome Parati é firmado como sinônimo de aguardente de qualidade.
1703 – Carta Régia, datada de 09 de maio, determina a construção de um reduto (fortaleza) para defender o porto e a instalação, em Paraty, de uma Casa de Registro do Ouro – para controlar o fluxo do metal que vinha das minas e o trânsito de pessoas e mercadorias que se dirigiam ao interior do país.
1711 – Paraty possui 400 casas, sendo 40 sobrados.
1720 – A Vila de Paraty é anexada à Capitania de São Paulo. Embora não oficialmente inaugurado já se utiliza, mesmo precariamente, o novo caminho do Rio de Janeiro às Minas pela Serra dos Órgãos.
1726 – A Vila de Paraty volta a pertencer ao Rio de Janeiro.
1729 – Frei Agostinho de Santa Maria descreve o “populoso e crescente entreposto comercial de Paraty”.
1730/1750 – O porto da Vila de Paraty é o segundo mais importante em carga e descarga na Colônia, perdendo apenas para o do Rio de Janeiro.
1767 – Inauguração oficial do novo caminho entre Rio e Minas pela Serra dos Órgãos, que encurtava em muitos dias aquele, via Paraty.
1778 – Paraty já possuía 70 engenhos de destilação e produziu naquele ano 1554 pipas de 470 litros cada uma (730.380 litros) de aguardente de primeira linha.
1781 – Uma sumaca parte de Paraty para Buenos Aires com aguardente e escravos.
1790 – Havia 92 engenhos de aguardente em funcionamento em Paraty e a população era de 6.672 homens livres e escravos (sem contar mulheres e crianças), sendo 69% de origem rural.
1799 – Com a abertura do Chamado Caminho Novo, que liga o Rio de Janeiro diretamente a Minas, cai o movimento do ouro pela Serra do Facão. Paraty, então, amplia a exportação de cachaça pelo porto. O caminho antigo passa a ser usado como rota de tráfico de escravos, de abastecimento de gêneros para o Vale do Paraíba e Minas Gerais e, depois, para o escoamento da produção de café do Vale do Paraíba. Funcionam na província do Rio de Janeiro 616 engenhos de açúcar e 213 de aguardente, sendo 100 em Paraty e a população da Vila é de 8.025 habitantes.

Século XIX

1805 – Paraty possui 948 “fogos” (casas residenciais, térreas ou assobradadas). Verificou-se na Vila a presença de mais de 05 mil escravos (zona rural e urbana). José Antonio Valente menciona que, em razão de sua qualidade, a aguardente local é 07 mil réis mais cara do que todas as demais.
1810 – A Vila tinha cerca de 12 mil habitantes.
1813 – A Vila recebe o título de Condado. O primeiro Conde de Paraty foi D. Miguel Antonio de Noronha Abranches Castelo Branco.
1822 – Passam pela Vila 160.914 cabeças de homens, escravos e animais.
1829 – Aprovação do Código Municipal de Posturas.
1840 – Paraty já possuía 1573 “fogos” e somavam 49 engenhos em atividade.
1844 – 12 de março, pela Lei Provincial nº. 302 Paraty é elevada à categoria de Cidade.
1855 – Uma ferrovia ligando o Vale do Paraíba ao Rio de janeiro torna obsoleto o Caminho Velho do Ouro e do café, e vai encerrando, pouco a pouco, as atividades comerciais paratienses.
1864 – A estrada de Ferro Dom Pedro II chega ao Vale do Paraíba e, depois, a Guaratinguetá. Toda a produção da região passa a ser escoada pelos trilhos, levando Paraty, a uma brutal decadência.
1888 – A Abolição da escravatura elimina a principal mão de obra do Império e dos engenhos paratienses.
1892 – O censo contou naquele ano 12.488 habitantes no município.

Século XX

1908 – A cidade ganha medalha de ouro na Exposição Industrial e Comercial do Rio de Janeiro com uma pinga azuladinha (Azulada do Peroca).
1910 – Com sua economia limitada apenas à produção (diminuta) de aguardente, banana e mandioca, Paraty entra em decadência.
1945 –18 de setembro, pelo Decreto Lei nº. 1.450, Paraty é declarada Monumento Histórico Estadual.
1950 – A estrada Paraty-Cunha, já interligada à Via Dutra, liga a cidade novamente ao interior do Brasil. Até então, desde o abandono do Caminho do Ouro, só se chegava a Paraty por meio de barcos. Estava descoberta, a partir daí, a vocação turística da cidade, iniciando-se um novo ciclo de desenvolvimento. Esse ciclo consolida-se em 1973, com a abertura da Rio-Santos.
1958 – 13 de fevereiro, Paraty é Registrada nos Livros do Serviço do patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
1966 – 24 de março, pelo Decreto nº. 58.077, o Município é declarado Monumento Histórico Nacional.
1973 – Abertura da Estrada Rio-Santos (BR-101): início do Ciclo do Turismo na cidade.

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